sábado, 11 de dezembro de 2010

Ja fui... Hoje sou...

Já fui criança,
Já brinquei de carrinho de rolimã,
Já briguei com meus pais,
Já disse que eles estavam errados,
Também já concordei com eles,
Já comi doce, já comi salgado, já provei o azedo, já senti o amargo
Já senti dor, já senti prazer
Já ouvi pouco, já falei demais, já fui ouvinte, já fui relapso
Já fui trabalhador, já fui acomodado,
Já tive preguiça, já tive ânimo
Já tive 10 anos, já tive 20, e já tive mais
Já gostei de janeiro, já odiei dezembro,
Já aproveitei a semana, já perdi os dias
Já cresci, já morri, já vivi
Já tentei, já consegui, já fracassei, já venci
Já amei, já fui amado, já deixei de amar
Já tive filhos, e conheci o amor incondicional
Já vi o amor ir embora e já descobri que não sabia o que era amar
Vivo o hoje, penso no amanha, mas foi o ontem que fez o mapa do viver
Estudei, aprendi , muito refleti, descobri que na ainda nada sei
O hoje é o acumulo de dias vividos,
O amor não ensina, o amor acalenta,
Quem ensina é a dor, e para essa dor que temos o amor,
Já me senti abandonado, já me senti acompanhado
Já me senti triste, já me senti feliz, já me senti com alguém, mesmo não tendo ninguém
Já tive alguém e me senti sozinho
Já ouvi “te entendo”, quando nem eu me entendia
Já ouvi “você é louco” quando eu tinha certeza disso
Já lutei pelo errado, já perdi pelo correto,
Já vi o correto virar errado e o errado virar duvida,
Hoje eu sei que nada sei, mas sou feliz em nada saber,
Sou feliz em descobrir cada amanhecer,
Sou feliz em aprender a tolerar um pouco mais que tolerei ontem,
Sou feliz em ter filhos, e amá-los mais que a eu mesmo,
Sou feliz em ter com quem compartilhar,
Sou feliz em poder chorar e ter alguém pra chorar comigo
Sou feliz em ter alguém do meu lado, e ninguém andando atrás de mim
Sou feliz em buscar entendimento, mesmo quando eu não sei o que busco
Sou feliz em amar, sou feliz em ser amado,
Sou feliz em plantar hoje o fruto do amanha, mas tendo o solo adubado com o ontem.
Sou feliz, finalmente.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Ensino versus Educação

As escolas de hoje pregam o bem estar do aluno, e esquecem que tem parte fundamental no processo de formação destes.

Educação, em sentido amplo, é muito mais que ensinar, é prover a possibilidade de autoconhecimento, é transferir valores morais, cívicos e sociais. Atualmente educação foi reduzida a simplesmente ensinar, ensinar geografia, português, matemática, etc.

As escolas, e me refiro prioritariamente as escolas particulares, não vêem o aluno como um discípulo que precisa receber conhecimento e valores, vêem uma pessoa que tem um mantenedor que supre a necessidade de receita desta instituição com fins lucrativos.

Nesse momento, devo estar sendo execrado de todas as formas, mas explico melhor. Atualmente se prega o bem estar do aluno, ou alguns motes como “Na escola X o aluno é mais feliz”, não queremos alunos felizes, queremos alunos educados de verdade. Tenho que defender as escolas também, já que educar é responsabilidade dos pais, mas as escolas que entram na vertente de felicidade exclusiva do aluno estão fadadas a um fim amargo.

Vejo alunos de todas as idades com dificuldades absurdas e escolas buscando saídas mirabolantes para que este aluno “passe de ano”, já que a maioria dos pais ausentes se importa com o “diploma” do filho, e não se ele o merece ou não.

Pais ausentes, relapsos, incompetentes, que acham que dando presentes ou brigando com a escola que reprovou o pobre filhinho, vão passar para seus filhos exatamente aquilo que a sociedade mais despreza.

Hoje as escolas não podem mais cobrar os alunos, e quando eu digo cobrar não falo só no sentido de notas e conhecimento, mas cobrar em educação, respeito, civilidade. Quando cobram são repreendidas pela turba de pais indignados, que respondem incisivamente “eu pago para meu filho estudar aqui, então ele tem que passar”.

O que as escolas não vêem que aceitar esse tipo de postura vai cobrar um preço muito caro num futuro próximo. Esses alunos, que não são a maioria (graças a Deus) contaminam o ambiente, e impedem que os alunos realmente interessados aprendam, e como as notas refletem somente a “felicidade” dos alunos, os pais só notam que os alunos não aprendem nada mais adiante. E a propaganda segue boca-a-boca dizendo “a Escola X é boa, mas meu filho não aprendeu nada”. Alunos do ensino fundamental vão chegar ao ensino médio, absolutamente, despreparados, e é a escola que pagará o preço, já que a fama vai chegar bem na frente, e não haverá como reverter essa situação assombrosa.

Se eu pudesse falar com os diretores, proprietários de escola eu pediria para não ter dó do aluno, ele não tem que ser feliz na escola, mas ele tem que receber o melhor, para ser feliz no futuro. O aluno do ensino fundamental ainda não tem capacidade de saber o que é o melhor para ele mesmo, como deixar então que ele julgue se esta feliz na escola ou não. Como delegar uma responsabilidade tão grande a alguém que ainda não esta preparado.

A culpa é do aluno? Por óbvio que não.

A culpa é dos pais que esquecem que crianças precisam de carinho, atenção e uma boa dose de repreensão, só errando eles saberão o que é certo. A culpa também é da escola, que calcada na necessidade de receita esquece o verdadeiro significado de “educar”.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Linguagem da internet, quem perde somos nós.

Iniciou-se como um movimento com objetivo de acelerar a digitação, num mundo cada vez mais tecnológico onde a fala é substituída pelo texto. A partir daí o idioma foi dando espaço ao que alguns chamam de “linguagem informal da internet”, pratico inicialmente, mas com efeitos devastadores a curto e médio prazo. Nossas crianças e jovens incorporaram essa “moda” e o idioma quem paga a conta. No inicio eram abreviaturas, em seguida, com os teclados de computador baseados no padrão internacional (sem o “ç”) e com a “preguiça” de acentuar as palavras foram surgindo as palavras bizarras que hoje permeiam o “idioma” praticado digitalmente.

Eh uma pratica comum a naum acentuaçaum das palavras, vc pode ateh me perguntar o que esses jovens escrevem atualmente, qqr desavisado teria uma enorme dificuldade para entender esse novo idioma. Kd os acentos? naum vou me demorar tc assim, jah que o internetes kda um usa como quer. E o q falar da auto-correçaum?

Realmente temos um problema grave se instaurando no idioma brasileiro, é comum o relato de professores que se deparam com siglas e palavras bizarras em provas e redações produzidas por essas crianças e jovens. O idioma vem sendo sistematicamente suprimido por essa “moda”, e alguns ainda chamam de neologismos. Temos que nos conscientizar, como pais, professores e também alunos, que o idioma é o principal recurso que dispomos para nos comunicar. Por óbvio a maneira de se falar interfere drasticamente, mas não podemos tomar a fala como regra.

Num mercado de trabalho cada vez mais exigente, o idioma acaba se tornando diferencial. Como escrever uma carta comercial, ou redigir um comunicado a funcionários ou responsáveis por áreas ou até mesmo um pedido de emprego? A linguagem informal é valida, acelera a comunicação digital, derruba barreiras, mas deve ser usada com muita regra. Não podemos permitir que o idioma seja penalizado em prol da velocidade de digitação. Antigamente velocidade de digitação era obtida com treino e prática, nos longos cursos de datilografia (dactilografia para alguns), aprender a usar todos os dedos no teclado das antigas maquinas Remington, e fazer os exercícios de “rapidez”.

Acredito sim que até podemos usar algumas abreviaturas para acelerar a comunicação digital, mas não podemos criar bizarrices idiomáticas com intuito de aproximar fala de escrita. Abreviemos sim, mas temos que utilizar essa técnica como recurso, e não como regra.
Se não tomarmos atitudes quanto aos rumos que a utilização do idioma vem tomando atualmente, corremos o sério risco de termos, em pouco tempo, um dialeto e não mais um idioma nacional.

Sites de relacionamento, um livro exposto de nossas fraquezas.

Anonimato, esse é o mote atual dos sites de relacionamento e programas de mensagens instantâneas. A maior preocupação é sempre com as pessoas que se passam por outras, ou na linguagem digital, “fake”. Portanto um problema ainda maior esta se apoderando da rede, a falta de privacidade que as próprias pessoas se aplicam, e isso tudo sem perceber o quanto isso significa.

Fakes se passando por você podem lhe causar transtornos inimagináveis, o anonimato pode encobrir um criminoso. Você pode estar sendo iludido por quem não é quem você pensa. O risco que a internet trouxe não podia ser imaginado. Pessoas se fazendo passar por outras, ou se fazendo passar por algo que não são. E dentre esses personagens temos o pedófilo, o homicida, o estuprador, e você nunca saberá quem esta do outro lado do teclado.

Máquinas digitais permitem gerar imagens instantaneamente e publicá-las na internet rapidamente, e com um clique, essas imagens tomam o mundo. Alguns sites de relacionamento tentaram incorporar algumas regras de segurança tentando proteger as informações dos usuários, mas o que fazer quando esse mesmo usuário desconsidera essa proteção?

Um perfil público na internet, em qualquer site de relacionamento, pode mostrar muito de você aos seus amigos, mas também irá mostrar ao mundo. Em tempos onde telefones tocam informando falsos seqüestros, o volume de informações obtidas por esses criminosos em sites de relacionamento ou perfis da internet é enorme. Sabem seu nome, seus parentes, através dos comentários das fotos aprendem sobre seus hábitos, costumes e preferências, sabem seus horários, sabem tudo sobre você. E com um pouco de analise, cruzando os dados que você mesmo os deu, eles podem saber mais que você.

Aquelas pequenas dicas que a policia nos dá para evitar esse tipo de golpe – o falso seqüestro – se tornam inócuas ante o volume de informação que foi dada na internet. Não adianta que quem atenda a ligação descreva você de forma diversa ao que é, já que eles tem a tua foto, não adianta dar outro nome, já que eles sabem teu nome, não adianta tentar dissuadi-los com falsas informações, eles sabem tudo sobre você.

Como podemos ver, a internet é um mundo de possibilidades, mas também é um mundo de riscos, temos que analisar muito bem antes de inserir uma foto ou uma informação na internet, já que não sabemos quem estará na outra ponta dessa enorme rede.

domingo, 11 de abril de 2010

Falta de Controle: a doença crônica da Saúde Pública no Brasil.

Para iniciar este pequeno texto e tentar exemplificar o pouco que conheço de saúde publica, descreverei uma pequena estória. Esta se passa na espera de um posto de saúde (também conhecido como UBS – Unidade Básica de Saúde).

Em certo posto de saúde, a recepcionista sempre notara a presença diária de duas senhoras, Dona Maria e Dona Carmem, todos os dias as duas compareciam ao posto e aguardavam pacientemente seu atendimento. Os dias foram se passando, e num dado dia a recepcionista nota que a Dona Carmem não compareceu, e estranhou o fato, dirigindo-se a Dona Maria, indaga: - Bom dia Dona Maria, como vai a senhora? E onde esta a Dona Carmem. Dona Maria, com toda doçura de uma avó responde imediatamente: - Ora minha filha, a Carmem ta meio adoentada hoje e resolveu ficar em casa.

Esse é o tipo de acontecimento corriqueiro em centenas de postos de saúde espalhados por todo o país. A falta do atendimento e apoio psicológico trás uma avalanche de pessoas aos postos de saúde, gerando gargalos de atendimento e indisponibilidade dos serviços.

A reclamação que cerca a saúde publica no Brasil’ é fato conhecido por todos, com serviços sobrecarregados, indisponibilidade de medicamentos ou serviços. O grande problema no Brasil é falta de controle, esta falta de controle se da na esfera mais baixa do atendimento, isto é, nos controles desenvolvidos pelo município. Não vou questionar os valores repassados pelo Sistema Único de Saúde, realmente desatualizados e, em alguns casos, passiveis de riso (se não fosse trágico).

A saúde deveria ser majoritariamente preventiva, e corretiva somente nos casos específicos. Quando falo preventiva, é também nos aspectos psicológico, social e emocional. Com o atendimento controlado muitos dos problemas encontrados hoje na saúde pública seriam minimizados, quando não eliminados totalmente.

O caso da Dona Carmem é o típico dispêndio de consulta clinica, que poderia ser destinada a medicina corretiva sendo consumida para atendimento psicológico.

A dispensação de medicamentos é outro grande problema de saúde pública, é sem numero os casos em que medicamentos tem prazo de validade vencido na casa do paciente e este se dirige ao posto para retirar mais medicamentos, a necessidade de dispensação seria de 10 comprimidos e é dado ao paciente uma caixa com 24 comprimidos. E é o recurso da saúde sendo jogado no lixo comum, e aumentando o buraco negro da saúde publica.

sábado, 3 de abril de 2010

As Pulserinhas do Sexo

Como o sexo se banalizou. Antigamente sexo era algo tratado como “segredo de alcova”, hoje é tratado como se estivéssemos falando de qualidades de bananas. E nesse onda vieram as tais “pulseirinhas do sexo”, adornos coloridos feitos, normalmente, de silicone que se arrebentadas por alguém gera em quem a estava usando uma certa obrigação sexual. Ora receber sexo oral, ou fazer sexo oral em quem arrebentou a pulseira, chegando ao ato sexual final. Nada de estranho se essas pulseiras fossem usadas por casais em seus momentos mais íntimos para apimentar uma vida que se amorna. Mas não é o caso, essas pulseiras estão sendo usadas por crianças, adolescentes e jovens indiscriminadamente.

Agora nos perguntamos: - De quem, afinal, é a culpa?

Ora, a primeira função dos pais é estarem conectados com o mundos em que vivem os filhos, já que, com a experiência que a idade os proporcionou, podem visualizar melhor as armadilhas deste nosso mundo cão. Mas o que vemos hoje são pais exauridos física e emocionalmente nas árduas tarefas do dia-a-dia, deixando o mundo ditar as regras para os filhos.

Quando um filho (a) pede ou aparece em casa usando uma pulseirinha diferente, o primeiro passo é se informar o que é, de quem ganhou, e que moda é essa. Para aqueles minimamente informados as pulseirinhas já não eram novidade, já foram tema de revistas, semanários, jornais e televisão. Mas não é isso que acontece, alguns pais não tem mais tempo para os filhos, e contam que a escola os eduquem, e as escolas por sua vez, não educam, somente ensinam.

Desta forma criamos uma geração de alienados, de crianças que acreditam que sexo é banalidade, e que entregam o que tem de mais preciso – seus corpos – em troca de pulseiras arrebentadas, sem comprometimento com o amanha de cada um.

A culpa disso tudo é, na minha opinião, de pais que se preocupam em satisfazer as necessidades apontadas pelos filhos, e se esquecem que a função deles é preparar os filhos para o futuro. Já que preparar o futuro dos filhos é uma simples ilusão.

Como pais, devemos dedicar um pouco do tempo que gastaríamos fazendo horas extras no trabalho com nossos filhos, conversando, investigando, ajudando nossos filhos a identificar as armadilhas do mundo de hoje. Auxiliando o desenvolvimento de um raciocínio crítico, já que, no mundo de hoje, melhor ser taxado de “quadrado” e ter um futuro bonito, do que ser “da moda” e não ter futuro.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Educação provida pelo Estado

Quando se fala em dignidade da pessoa humana, não há como se escusar da educação. O conceito de dignidade se difunde amplamente, porém há muita dificuldade em compreender o alcance da expressão. No Brasil, a educação, é tratada como direito fundamental pela constituição federal e, desta forma, deve ser tratado por todos.

Muito se discute acerca do alcance do direito a educação, porém é claro e notório que a educação fundamental é requisito mínimo para obtenção da dignidade, não que seja suficiente, mas deve ser encarado como uma busca de toda sociedade para colher os frutos de um país mais igualitário e justo.

Num país de tantas desigualdades como o Brasil, a educação não pode ser relegada a simples métodos de alfabetização em massa, sem uma preocupação real com a busca do ideal de dignidade humana, numa sociedade repleta de analfabetos funcionais, declara-se suprido o direito a educação disponibilizado a estes. Analisando, portanto, com um olhar crítico, só se vislumbra que o “direito” disponibilizado pelo estado foi o da alfabetização, e não da educação propriamente dita. Alfabetizar é necessário, mas não alcança o pressuposto basilar do conceito de educação. Este sim, muito mais amplo.

O conceito de educação é favorecer ao ser humano condições mínimas de interlocução, é prover cidadania, conhecimento de direitos e deveres, é dar condições de avançar no currículo da vivencia humana.

A educação como direito do cidadão e dever do estado é algo bem discutido na atualidade, desde a instituição de diferenças para tratar pessoas que seriam, supostamente, iguais, como os regimes de cotas, bem como os métodos de alfabetização em massa sem o devido cuidado na formação de cidadãos.

Não há como se furtar as obrigações educacionais do estado, o que esta em jogo atualmente é a diferença entre alfabetização e educação. E é aqui o cerne do problema que devemos discutir e enfrentar.