terça-feira, 16 de março de 2010

Tecnologia para Administração Publica


Infelizmente estamos nos acostumando com a idéia (pra não dizer realidade) de que a administração pública atualmente é terra de desmandos e desrespeito pelo erário. Já temos um presidente que desconsidera o próprio órgão fiscalizador federal (TCU), fora da realidade então prefeituras que consideram o erário como recurso aplicável somente a realidade do município.

Atualmente 90% (89,49% segundo IBGE/2008) dos municípios brasileiros se encontram na casa de até 50.000 habitantes. Municípios que tem como fonte de renda, basicamente, repasses federais e estaduais. Nesses municípios a tecnologia deveria ser vista como fator decisivo para transformação da maquina administrativa. Mas não é o que acontece na realidade. Na realidade a tecnologia é gerida, na maioria das vezes, pelo grupo de empresas de tecnologia estabelecidas no município (lojas de equipamentos, pequenas software houses, etc) sem uma base segura que defina rumos a administração municipal.

Gestão de tecnologia para estes municípios se resume a compra de computadores e periféricos novos, o que ocorre mais por pressão das empresas que vendem softwares de gestão municipal do que por necessidade real do município.

Não há estudos de "Retorno Sobre Investimento", ciclo de vida de equipamentos, custos de manutenção, custos de utilização, controle de garantia, compra de peças de reposição, nada, puro amadorismo e evolução inercial.

Os investimentos em tecnologia, quando bem analisados, podem ter retorno infinitamente superior ao valor gasto. Exemplos são infinitos, sistemas para incremento de arrecadação, ferramentas de medição e avaliação da planta de imóveis, sistemas de dispensa de medicamentos, identificação biométrica de munícipes. Esses são alguns poucos exemplos de onde se aplicar recursos para um melhor aproveitamento do recurso público. Não podemos nos esquecer das políticas de compras, equipamentos de impressão, digitalização de documentos e muitos outros.

Porém enquanto os municípios brasileiros continuarem com essa evolução tecnológica inercial e sem rumo, continuaremos a ver desperdício e má alocação dos parcos recursos disponíveis hoje em dia. Não há como se pautar evolução tecnológica pelos olhos do fornecedor, o município tem que pensar por si.

Há muitos anos recebi de uma empresa de tecnologia um adesivo com o seguinte dizer: "STOP WITH TECHNOLOGY MADNESS", na época um mote forte para um momento em que os avanços tecnológicos causavam maior estardalhaço que atualmente. Hoje processadores evoluem tão rapidamente que temos dificuldade de saber o que é o melhor, mas, executando-se o mundo dos jogos e das grandes empresas, os aplicativos caseiros e empresariais não demandam atualização constante dos equipamentos.

Não vamos estabelecer uma nova era de "Technology Madness", mas estabeleçamos sim uma era de tecnologia necessária.

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