sábado, 19 de dezembro de 2009

Casamento

Acredito que o casamento seja mais uma espécie de arte executada em dupla, do que qualquer outra definição já dada sobre o assunto.  O casamento é a via de mão dupla do coração. Nenhum casamento sobrevive a uma via só.

O casamento esta fadado ao fracasso quando um dos cônjuges assume toda a responsabilidade pela manutenção do relacionamento. Não por culpa de nenhum deles, mas pela culpa de ambos. Pela culpa daquele que assume tudo, e pela culpa daquele que simplesmente se esquece da sua parte em face do parceiro fazê-la.

Num casamento os parceiros precisam sentir-se amados, até podem ficar sem isso por um tempo, mas não por muito. Os parceiros precisam querer o outro,  precisam desejar, precisam sentir.

Existem casamentos mais ou menos sexuais. Mas todos os casamentos são sexuais. Quando me refiro ao sexo, não é ao ato, mas ao desejo que amadurece junto com o casal. Que no inicio é um fogo interminável, e com o passar do tempo vai mudando a temperatura e ganhando novos contornos. Quando um casamento em sua “fase ativa” começa ter somente um parceiro tomando a iniciativa transmite ao outro que não tem interesse, não tem desejo, que esta ali “cumprindo tabela” no casamento. É nesse ponto que o diálogo é importante.

Se um fala que o casamento esta “uma droga”, a postura do outro é se movimentar para tentar melhorar junto antes que seja tarde. Esse tarde não tem um prazo de validade, pode ser 6 meses, podem ser 2 anos. Tudo vai depender do quanto um ou outro parceiro entende que vale a pena continuar tentando.

O grande problema do diálogo de um casal é revestir-se de pudores, medos, tabus e outros limitadores da livre expressão. Se coexiste um casal, este deve ser superior aos preconceitos individuais de cada um dos parceiros, como também é necessário o respeito absoluto com o outro. Fantasias, desejos, vontades fazem parte do dia-a-dia do casal, mas quando isso é suprimido por preconceitos o casamento se encontra em maus lençóis.

Antigamente se dizia que a mulher havia de ser submissa ao homem, fazer seus desejos e suas vontades. Hoje os tempos são de igualdade. Tanto homens quanto mulheres tem fantasias, desejos, vontades, que devem ser externadas ao parceiro e este, por sua vez, deve ouvir, respeitar e participar, ou não, conforme sua vontade. Mas o dialogo e a externalização dos sentimentos deve ocorrer sempre.

Então hoje, antes de você achar seu casamento uma droga, pergunte-se se já conversou a respeito com seu (sua) parceiro (a) e realmente já tiveram uma conversa franca. Se você ou ele (a) permanecer inerte, parta pra outra, que a felicidade não estava na porta que você abriu.

 

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