A mudança de regras

Todos sabemos que é na infância e pré-adolescência que estipulamos nosso caráter, valores morais, etc.

E isso, em grande parte, se deve aos espelhos que nos são oferecidos, ou seja, os nossos pais. Estamos em tempo de pais ausentes, preocupados com trabalho, preocupados com as contas do final do mês, e acreditando que dando o melhor brinquedo para o filho, conquistarão sua educação e eterno agradecimento. Ledo engano, acabam ensinando que os filhos não devem se preocupar com os sentimentos, nem mesmo das pessoas mais próximas, não devem se preocupar com coisas fúteis como brincar de “pega-pega” com o filho, ou fazer cócegas até a barriga doer. Vivemos tempos difíceis, para pais e para os filhos.

Educar filhos sempre foi um laboratório de experiências, tentamos fazer como nossos pais fizeram, mas naquilo em que eles erraram tentamos dicas, soluções, “achismos”, “chutômetros”. As vezes no vem com as psicólogas neuróticas, com as educadores que não gostam de crianças, com as pedagogas que alegam não ter condição de criar um filho, e tentam nos impor suas soluções teóricas. Ora, educar não é para profissional, é para pai e mãe, mas no sentido puro e absoluto da palavra. Educar não é se abster de errar, mas ter a consciência do erro, e tentar solucioná-lo da melhor forma possível. Educar não é dar o presente mais caro, mas sim o melhor presente, que é ao menos 10 minutos do dia aos filhos, mas entregar-se integralmente a eles.Não se iludam os que acreditam que só agora é difícil criar e educar um filho. Há anos que os pais lutam contra a “modernização” da sociedade. Até a poucos anos, o que valia na sociedade pós-colonialista brasileira é que os filhos tinham que trabalhar. A maioria dos “filhos” que hoje tem idade superior a 30 anos sabem do que estou falando. Só que a sociedade evoluiu, e com isso a percepção dos pais acerca da forma correta de educar. Aqueles que foram educados para produzir desde cedo, se sofrem um revés na vida mais adiante vê os seus pais pregando justamente o contrario do que pregavam quando os educaram. Melhor dizendo, se na época o importante era produzir, o importante agora é estudar e passar em concurso público, melhor ainda se for concurso da esfera federal.

Como podemos ver, o educar de ontem era tão difícil quanto o educar de hoje, somente mudaram as regras.